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sábado, 27 de janeiro de 2024

Olhão e as suas Lendas - V

 O Mouro Encantado


Olhão – then and now – Becky in Portugal


Na Rua Almirante Reis, antiga Rua de S. Bartolomeu, viveu no século XIX um pescador, de seu nome Manuel Caleça, que contava uma história passada com ele.

 

Tinha os seus oito anos, quando certo dia no final da brincadeira, no jogo da bola. com miúdos da sua idade. ao dirigir-se para casa lhe apareceu um rapaz, alto e bem parecido a propor-lhe brincar com ele.

Acedeu. Mas logo verificou que o desconhecido não se ajeitava no jogo. Ao fazer-lhe reparo, o jovem respondeu-lhe que sabia outros jogos bem mais bonitos, convi-dando a acompanhá-lo. 

 

Colocou o rapazito às suas "cavalitas" e num fechar de olhos estavam na zona do ramal novo - onde hoje se encontra a Escola Dr. Alberto Iria - já fora da vila de então e ao colocá-lo no chão, abriu-se um alçapão por onde desceram os dois. Entraram num lindo palácio guardado por dois monstros e tudo à sua volta era ouro. Ficou tão assustado que começou a chorar. Então o rapaz consolou-o, dizendo que o ia levar para junto dos pais. Invisível, acompanhá-lo-ia por toda a vida, pois era um mouro encantado. 

 

Efetivamente, daí em diante, passou a sentir sempre a presença de alguém

a seu lado. Comia à mesa com ele, dormia com ele; até que um dia a mãe

levou-o à missa, confessando-se e tomando o Senhor. Desde então não

sentiu mais a companhia do mouro encantado. 

 

 

Versão de Conceição Pires 

da lenda descrita por

Ataíde Oliveira (1898)

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