Importante é preservar a memória dos lugares. OLHÃO é a minha Cidade.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Da Praia de Olham à Freguesia de Olhão

 

1290 -Construção da Torre de Marim, para defesa dos habitantes das terras fronteiras da Barra Grande, contra os piratas moiros. 
 
1378 -Data do mais antigo documento conhecido em que aparece a designação de Logo do Olham, atribuído a um povoado da Paróquia ou Freguesia de Santa Maria de Faro.
 
1600 -Data dos mais antigos documentos conhecidos em que aparecem as designações de Praia do Olhão, Sítio do Olhão, Sítio do Poço do Olhão, Cabanas do Olhão e Logar do Olhão dadas ao Logo do Olham.
 
1610 - Data dos mais antigos documentos conhecidos com referências à existência de uma Capela de N. Sr.ª do Rosário na Praia do Olhão.
 
1614 - Data do mais antigo documento conhecido com referências à inscrição de pescadores da Praia do Olhão no Compromisso Marítimo de Faro.
 
1673 - Criação de uma Companhia de Ordenanças na Praia do Olhão.
 
1679 - Assentamento da Fortaleza de S. Lourenço. 
 
1695 - Criação da Freguesia de Olhão, que fica constituída apenas pelas cabanas da praia e pela Capela de N. Sr.8 do Rosário, esta que passa a ser a Igreja Paroquial. 
 
1698 — Bênção e colocação da primeira pedra de uma nova Igreja Paroquial.
 
1715 — Autorizada pela Rainha a construção da primeira habitação de alvenaria no Logar do Olhão. Abertura ao culto da nova Igreja Paroquial, voltando a antiga a ser uma simples Capela, agora da invocação de N. Sr.ª da Soledade.
 
1747 — Construção da Fortaleza da Harmona.
 
1750 — Data do documento mais antigo que se conhece sobre a existência, no Logar do Olhão, de um Juiz de Vintena, nomeado pela Câmara Municipal de Faro, com o seu «escrivão do geral e testamentos».
 
1752 — Transformação em Feira Franca da Feira Anual de S. Miguel (28 a 30 de Setembro), que já então existia, não se sabe desde quando.
 
1755 — O terramoto de 1 de Novembro, sentido em todo o País, causa grandes estragos nas Igrejas e habitações do Lugar, na Fortaleza de S. Lourenço e na Torre de Marim.
 
1758 — Data da mais antiga referência que se conhece ao recrutamento anual de 400 pescadores olhanenses para remadores das galeotas reais. Data do mais antigo documento que se conhece sobre a existência, no Logar do Olhão, de «dois escrivães e um tesoureiro ou administrador das fazendas do almoxarifado da Portagem do Pescado, com mais dois guardas».
 
1765 — Criação do Compromisso Marítimo de Olhão.
 
1771 — Inauguração do edifício próprio do Compromisso Marítimo de Olhão.
 
1802 — Data da mais antiga referência que se conhece à existência de uma escola de primeiras letras no Logar do Olhão.
 
 
                                                                                    Texto: Antero Nobre
                                                                                  Desenho: José Garcês
 
 

A Igreja Matriz

 


(...)a nova Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, segundo a legenda gravada na cantaria sobre a porta principal, «(...) foi fundada reinando Pedro II / Simão Bispo consagrou a Deus / a primeira pedra a 4 de Junho de 1698» e «À custa dos homens do mar deste povo se fez este templo novo, no tempo em que só haviam umas palhotas em que viviam». (...) Entrou em pleno funcionamento em 1715, ano em que para esta se fez solenemente a transladação do Santíssimo Sacramento. ANTERO NOBRE

 

Desenho: José Garcês

A Igreja Pequena (III)

 

A sua construção remonta à primeira metade de Seiscentos (...).Todavia, a transferência da sede religiosa não significou uma menor atenção por parte da comunidade de Olhão em relação ao seu primeiro templo. Se, em 1734, há a notícia de que uma parede se encontrava muito arruinada, não deixa de ser verdade que, meio século depois, houve recursos económicos suficientes para a feitura de um novo retábulo-mor. Este, foi contratado pelo Compromisso Marítimo, a 18 de Maio de 1779, com o entalhador farense Manuel Francisco Xavier, "o mais prestigiado entalhador algarvio no período rococó" e, certamente, um dos mais caros artistas da época (na altura já em fim de carreira), facto que comprova o relativo desafogo económico da confraria dos marítimos de Olhão. (Património Cultural).
 
Tem também de se ter em conta que a contextura actual da ermida da Soledade, não é a primitiva. O templo deveria ter sofrido grandes estragos com o terramoto de 1795 e daí, na sua reparação, o não ter sido conservada a primitiva arqui¬tectura profundamente modificada com a realização das obras feitas ao sabor do tempo. (Abílio Gouveia)
 
 
                                                                                      Desenho: José Garcês
 
   
 

Os Antigos Habitantes

 


(...) a população olhanense nunca foi exclusivamente de gente do mar; Olhão jamais foi uma terra apenas de pescadores e marítimos, pois nela existiu sempre, mesmo nos tempos mais antigos (...) uma numerosa classe de pessoas que viviam do amanho e dos rendimentos dos campos vizinhos. Os próprios homens do mar olhanenses foram nos primeiros tempos, em grande parte, se não na totalidade, simultaneamente homens do campo; pequenos agricultores, iam à pesca ou à apanha da murraça no intervalo do amanho das suas courelas ribeirinhas (...). 

 

Texto: Antero Nobre

Desenho: José Garcês

O Topónimo OLHÃO

 


 "Nos tempos da dominação árabe, teria existido no local ou na região (...) uma fonte ou nascente, na qual se abasteceriam de água os habitantes da área e suas redondezas. Ao local ou lugar, teriam os árabes dado o nome de «al-Háin», que, na sua língua, significa precisamente «a fonte» (…)Após a expulsão dos árabes, o nome por que seria conhecida a região -al-Háin- teria entrado na nossa língua (então no inicio da sua formação), e nela se teria fixado sob a forma «Alhan» ou «Alham». (...) o povo, levado e «auxiliado» pela semelhança fonética e sónica (e talvez também ortográfica), e pela conexão de significado e de sentido existentes entre a palavra de origem árabe «Alhan» ou «Alham» e a então já portuguesíssima «Olham» (aumentativo de «olho» (de água), de formação nítida e retintamente portuguesa) teria transformado o «a» em «o» dando assim origem ao topónimo «Olhão».  

 Texto: António Henrique Cabrita

Desenho: José Garcês