Em Olhão, a alcunha é quase uma instituição de pesada idade. Quase todos têm uma ou pertencem a uma família que tem.
Nesta primeira parte, juntei as alcunhas mais conhecidas no início do século XX e saiu assim:
Não levem a mal, Senhores
Lembrar Alcunhas de Olhão.
E p’los meus se desenrola
Xico de Búzio, Cebola,
Como manda a tradição.
Água morna, Amor sem dentes,
Faz às escuras, Faquita,
Rato cego, Cólina, Chora,
Litepite, Meia hora,
Chora meninos, Caguita.
Erva doce , Faz que entendas,
Parte Pedras, Amador,
Ferra, Fitas, Forte, Forra,
Seis meses e Pau de porra
Rabisca agulhas, Major.
Pé de leque, Pai do céu,
Pato marreco, Galinho,
Patagalha, Fadagulha,
Charrana,Cluca, Fagulha,
Penalty, Alegre, Peidinho.
Caga sangue, Calatrava,
Caga-aparas, Caga arroz,
Toca a música, Pescocinho,
Pé de chumbo, Marrachinho,
Papagaio e Papa arroz.
Balancé, Barbas à roda
Galhofa,Gancho, Cação
Baraço, Bruto, Bexiga,
Charuto, Bolota, Biga,
Corta-a-picha, Calhapão.
Mata cães, Mata pardais,
Cólina, Figuinho torrado,
Cagaia, Papa xarém,
Meia dólar, Vinte e um vintém,
Quinze tostões e Rasgado.
Papa a mija, Vai à burra,
Xarém com leite, Cagão,
Rei dos chinos, Mijaneira,
Mãe quer galo, Batateira,
Sopa gorda, Espadagão.
Laborda, Manco, Tágafo,
Bocage, Cabouco, Milho,
Sete narizes, Chópinha,
Charamuga e Galinha,
Arranca pinheiros, Mamilho.
Cara linda, Cara feia,
Parte certa, Gaita preta,
Bem feito, Bucha, Baló,
Olhinhos de fogo, Eiró,
Espada nua e Cagueta.
(autora da rima: Esperança Bebiana Afonso)