Importante é preservar a memória dos lugares. OLHÃO é a minha Cidade.

domingo, 17 de janeiro de 2016

A Doca


O Porto de Pesca

Entendendo como porto o local onde carregam e descarregam e se abrigam embarcações de vários calados, é assim a história do porto de Olhão:

Diz Antero Nobre que "o primeiro porto olhanense não era do lado da Barreta e sim do lado do Levante, que na realidade ficava muito mais perto e com mais fácil acesso ao local da nascente ou fonte que deu origem e nome ao Lugar do Olhão".


Nas décadas de 40 e 50 do século XIX, "a pesca costeira e longínqua ganha um ainda mais rápido e muito maior desenvolvimento, ocupando cada vez maior número de homens e uma frota constantemente a aumentar, passando em breve o abastecimento de pescado fresco ao interior do Algarve e ao Baixo Alentejo a ser quasi exclusivamente olhanense".
Neste contexto de grande desenvolvimento económico, "a Câmara Municipal vê-se, mesmo, obrigada a construir, ela própria, de sua conta e apesar das suas dificuldades financeiras, em 1857, um cais acostável, no lado Poente da Praia (lado da Barreta), transferindo para o lado Nascente (junto do velho Moinho do Levante, que o povo já então designava por Moinho do Sobrado) os estaleiros navais, que ali existiam quasi desde a fundação do povoado ; cais em que, no ano de 1861, começa a construir, e em 1866 inaugura, um pequeno Mercado coberto, destinado à realização da Lota do peixe e à venda de pescado ao público, e que se conservaria depois em serviço durante meio século. Em 1864, dado o grande aumento das frotas locais de pesca e comércio, é criada a Capitania do Porto de Olhão, desde o início considerada igualmente, pelo seu movimento, das mais importantes do Sul do País.

Em 1927, é criada  "a Junta Autónoma do Porto Comum Faro-Olhão, presidida, alternadamente, pelo Presidente da Câmara Municipal de Faro e pelo Presidente da Câmara Municipal de Olhão" e em 1928 ocorre "a abertura à navegação da Barra Nova daquele novo porto" e fica decidido que "o cais comercial do Porto Comum ficaria em Faro e o cais da pesca ficaria em Olhão" . Assim, "a Junta Autónoma construiu logo, na praia olhanense, a leste dos Mercados, em frente do que restava do velho Moinho do Levante e dos estaleiros, um longo espigão terminado por um galpão coberto, para nele se efectuar a Lota do Peixe, e junto de ambos um depósito elevado para água, a fim de facilitar a aguada dos barcos pesqueiros". 

Barra Nova



Rampas



Segundo dados estatísticos, em 1945, havia 3070 pescadores inscritos na Capitania do Porto de Olhão, que utilizavam 917 embarcações, sendo 52 de motor mecânico e 865 de vela ou remos, entre as quais 11 artes de cerco, 6 caçadas de mar alto, 300 sacadas e um número considerável de traineiras. O movimento do porto de pesca era tão grande que, em 1948, justificou a construção,na praia a Leste do velho Moinho do Levante e dos estaleiros, de uma Doca de Pesca, cuja dimensão e serviços a colocaram como sendo das maiores e melhores de todo o País. Ficou concluída em 1951.




 
Em 1962, foi-lhe acrescentado  um amplo edifício situado no próprio cais da doca, a Lota de Pesca.


Em 1984, a Doca sofreu obras de ampliação para cerca do dobro da sua área primitiva. 

 



 

Sem comentários: