As Sociedades Recreativas e Filarmónicas
![]() |
Baile de Carnaval no Grémio
Olhanense - anos 30
(Fotografia de António Paula
Brito Pina)
|
Os Olhanenses sempre foram alegres e muito dados à
convivência social. Ainda estão bem vivas na memória de muitos as recordações
dos mastros de São João, os desfiles de Carnaval e os bailes nas Recreativas.
O desenvolvimento económico da segunda metade do
século XIX e princípio do século XX originou um progresso social e cultural que
levou ao nascimento de várias sociedades recreativas e filarmónicas, onde a
população, consoante as suas proveniências sociais, se juntava para comemorar
ocasiões especiais com bailes, recitais, concertos, conferências, leituras
comentadas de poetas e escritores nacionais e estrangeiros, e concursos
literários e poéticos.
Eis aqui a sua história:
Em 1858 foi fundada a Sociedade Recreativa Olhanense por
meia centena de figuras ilustres da vila, entre juízes, membros da Câmara
Municipal, elementos da Alfândega e da Igreja, " com intenções de
elegância e mundanismo, mas também com acentuadas preocupações de
cultura".
Logo o povo, sem acesso às suas atividades culturais, a apelidou de Recreativa Rica.
![]() |
Sociedade Recreativa Olhanense,
na Avenida da República
|
![]() |
Edifício do Grémio Recreativo
Olhanense, no Largo do Grémio (atualidade)
|
Em 16 de Janeiro de 1918, é constituída a Sociedade
Recreativa Progresso Olhanense por César Augusto da Silva, um modesto operário,
e mais trinta e seis amigos, cumprindo, assim, uma antiga aspiração dos
sectores mais modesto da sociedade olhanense.
Começou a funcionar num armazém, na Rua Almirante Reis e
dali mudou para um primeiro andar do Largo Patrão Joaquim Lopes, mas com
entrada pela Rua do Gaibéu. Mais tarde transferiu-se para o edifício que ainda
hoje ocupa na Avenida da República e onde construiu o maior salão de festas e o
maior palco que desde sempre existiu em Olhão. Ainda está em atividade.
Sociedade Recreativa Progresso Olhanense, na Avenida da República |
Em 1870 foi criada pelo Dr. José Maria de Pádua a primeira
orquestra, o Clube Verdi.
Nesse mesmo ano, foi criada a Filarmónica Euterpe que mudou
o nome para Filarmónica Fraternidade e que se manteve em atividade até ao
início do século XX.
Em 1923 nasce a Sociedade Filarmónica Olhanense e em 1925 é criada a Filarmónica
Capricho Olhanense, que passa a ser conhecida como Música Nova por oposição à
anterior designada por Música Velha.
Da junção destas duas filarmónicas nasceu, em 1942, a
Sociedade Filarmónica União Olhanense, que ficará sempre conhecida por Música
Nova, e que ainda mantém atividade.
![]() |
Sociedade Filarmónica União
Olhanense, a Música Nova,
na Rua Manuel Lopes de Almeida
|
Fontes:
Antero Nobre, História Breve da Vila de Olhão da Restauração
João Villares, A História de Uma Vida - António Jacinto
Ferreira