Importante é preservar a memória dos lugares. OLHÃO é a minha Cidade.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Sociedades Recriativas

As Sociedades Recreativas e Filarmónicas


Baile de Carnaval no Grémio Olhanense - anos 30

(Fotografia de António Paula Brito Pina)


Os Olhanenses sempre foram alegres e muito dados à convivência social. Ainda estão bem vivas na memória de muitos as recordações dos mastros de São João, os desfiles de Carnaval e os bailes nas Recreativas.
O desenvolvimento económico da segunda metade do século XIX e princípio do século XX originou um progresso social e cultural que levou ao nascimento de várias sociedades recreativas e filarmónicas, onde a população, consoante as suas proveniências sociais, se juntava para comemorar ocasiões especiais com bailes, recitais, concertos, conferências, leituras comentadas de poetas e escritores nacionais e estrangeiros, e concursos literários e poéticos.

Eis aqui a sua história:




Em 1858 foi fundada a Sociedade Recreativa Olhanense por meia centena de figuras ilustres da vila, entre juízes, membros da Câmara Municipal, elementos da Alfândega e da Igreja, " com intenções de elegância e mundanismo, mas também com acentuadas preocupações de cultura".

Logo o povo, sem acesso às suas atividades culturais,  a apelidou de Recreativa Rica.


Sociedade Recreativa Olhanense, na Avenida da República

  Em 1887, nasce a Sociedade Recreativa União Olhanense que, após ter sido encerrada pelas autoridades no ano seguinte, dá lugar ao Grémio Recreativo Olhanense. Nos anos 30 do século XX, o seu nome foi alterado para Clube Recreativo Olhanense, mas ficou sempre conhecido por Grémio. Manteve a sua atividade até aos anos 70 do século passado.


Edifício do Grémio Recreativo Olhanense, no Largo do Grémio (atualidade)


Em 16 de Janeiro de 1918, é constituída a Sociedade Recreativa Progresso Olhanense por César Augusto da Silva, um modesto operário, e mais trinta e seis amigos, cumprindo, assim, uma antiga aspiração dos sectores mais modesto da sociedade olhanense.

Começou a funcionar num armazém, na Rua Almirante Reis e dali mudou para um primeiro andar do Largo Patrão Joaquim Lopes, mas com entrada pela Rua do Gaibéu. Mais tarde transferiu-se para o edifício que ainda hoje ocupa na Avenida da República e onde construiu o maior salão de festas e o maior palco que desde sempre existiu em Olhão. Ainda está em atividade.

Sociedade Recreativa Progresso Olhanense, na Avenida da República


Em 1870 foi criada pelo Dr. José Maria de Pádua a primeira orquestra, o Clube Verdi.

Nesse mesmo ano, foi criada a Filarmónica Euterpe que mudou o nome para Filarmónica Fraternidade e que se manteve em atividade até ao início do século XX.




Em 1923 nasce a Sociedade Filarmónica  Olhanense e em 1925 é criada a Filarmónica Capricho Olhanense, que passa a ser conhecida como Música Nova por oposição à anterior  designada por Música Velha.

Da junção destas duas filarmónicas nasceu, em 1942, a Sociedade Filarmónica União Olhanense, que ficará sempre conhecida por Música Nova, e que ainda mantém atividade.



Sociedade Filarmónica União Olhanense, a Música Nova,

na Rua Manuel Lopes de Almeida


Fontes:

Antero Nobre, História Breve da Vila de Olhão da Restauração

João Villares, A História de Uma Vida - António Jacinto Ferreira